A onda feminina no bodysurf brasileiro
O mar sempre foi considerado um ambiente predominantemente masculino, no entanto, estamos percebendo uma revolução nesse cenário, com um número crescente de meninas e mulheres ocupando o outside. Na década de 80, Brigitte Mayer se tornou a primeira mulher brasileira a competir no surf de prancha, e hoje ela ocupa uma posição de destaque, como a primeira mulher a presidir a Associação Brasileira de Surf Profissional (ABRASP). Ela foi responsável por abrir caminho para meninas começarem a se aventurarem no mar.
Na mesma época, o Brasil teve grande representação feminina nos campeonatos mundiais de surf de peito, pelas irmãs cariocas Isabelle de Loys e Marie-Claude. As duas se destacaram no cenário mundial e competiram durante 20 anos no esporte, tendo patrocínio de grandes marcas e inclusive, de companhia aérea.

Dentro do bodysurf, as meninas vem ganhando espaço e lutando por reconhecimento e igualdade no esporte. Com a retomada de campeonatos pós pandemia, houveram categorias femininas nas últimas etapas do circuito brasileiro que ocorreram em São Conrado - RJ e Praia do Recreio - RJ. Na primeira etapa, a atleta da Uga-Buga Déborah Albuquerque ganhou o primeiro lugar no bodysurf, e se divertiu pegando ondas sinistras em Sanca. Na segunda etapa, a vez foi da atleta de Niterói, Rayza Silveira. Na Praia do Recreio as meninas conquistaram o espaço, implementando a categoria handsurf feminino, onde eu, Bianca Beck, ganhei o primeiro lugar. Nunca tiveram tantas meninas participando de um campeonato de body/handsurf, foram 13 no total!

Hoje há um cenário convidativo surgindo. As mulheres recentemente se uniram e aconteceu o primeiro encontro online das mulheres do bodysurf brasileiro, a partir disso, surgiram ideias e o movimento já está acontecendo. Desde então, já tivemos a criação do instagram @bodysurffemininobrasil, com uma agenda programada de conteúdos a serem divulgados, para conectar e fortalecer a comunidade feminina do esporte, compartilhar conhecimentos, experiências e apoiar umas às outras. No Rio, tivemos um encontro presencial organizado pela Déborah Albuquerque e Marina Travesso para conectar e debater o futuro do esporte, e além disso, a gravação de um podcast pela Uga-Buga para falar do bodysurf feminino no Brasil.
Dentre os planos futuros estão: encontros enriquecedores, busca por representatividade em campeonatos, viagens de surf, aulas teóricas sobre o funcionamento do mar e bate-papos sobre as forças e dificuldades que permeiam o esporte. Essas iniciativas promovem um ambiente acolhedor e encorajador, fortalecendo a comunidade feminina no bodysurf e celebrando a paixão pelo mar de maneira cada vez mais inclusiva e empoderada.
E aqui, deixo o convite para fazer parte desse cardume.
Bora?
Bianca Beck | @bikbeck. ✨